Duas pessoas, Duas vidas, Dois amigos...
Pra começar, é importante dizer que os amigos dessa história não tinham muita coisa em comum, ao contrário, eram diferentes em quase tudo. Religião, times, gostos pessoais... Diferentes, eram uma oposição completa.
Ela era flamenguista,ele botafoguense.
Ela gostava de prosa, ele de poesia.
O escritor favorito dela era José de Alencar.
O dele era Álvares de Azevedo.
Ela adorava cachorros, ele amava seus gatos.
Ela era agitada, ele muito calmo.
Ela morava na Zona Norte do RJ.
Ele, na Baixada Fluminense.
Depois, ela foi para a outra ponta do Brasil.
Ele continuou onde estava.
Ela falava o tempo todo, ele apenas ouvia.
Ela era sonhadora, ele muito pé no chão.
Eles tinham tudo para serem rivais, no mínimo para passarem longe um do outro, mas se tornaram melhores amigos. Apesar de tantas diferenças, viam algo especial e mágico um no outro. Também tinham algumas coisas em comum, é claro. Os dois apreciavam uma boa leitura de Fernando Pessoa, sendo que ele entendia muito mais do assunto do que ela. Ela lia Pessoa por distração, ele não lia, vivia! Ela costumava dizer que ninguém entendia Fernando Pessoa tão bem quanto ele.
Sim, os dois eram apaixonados pela vida, de formas diferentes, mas com a mesma essência!
Mas o que os unia por completo era a parceria, a cumplicidade, a certeza de que poderiam contar um com o outro em qualquer situação, a amizade que se manteve forte mesmo com toda a distância que os separava, o amor amigo... Isso supera qualquer diferença!