Nãna Boehm
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Textos
Morte x Vida
Eu não espero viver muito tempo nessa Terra e nem desejo. Longe de mim, querer viver durante anos, logo essa vida cheia de dores e sofrimentos! Prefiro uma vida curta com alguma alegria, mesmo que seja pouca (porque alegrias na minha vida são coisas raras), a uma vida longa e amargurada. Saudades, poucos vão sentir. Não acredito que eu vá deixar sofrimento se partir, duvido até mesmo que os meus passem mais de três dias de luto, quanto mais os outros! Não que eu seja anti-social, mas acho as lágrimas desse gênero uma hipocrisia, porque todos irão retomar suas vidas (não que eu não queira isso, pelo contrário) e nem lembrarão mais de minha partida. No máximo, um comentário, uma vaga lembrança. É sempre assim, pessoas se vão todos os dias e várias outras choram, esperneiam, lamentam, mas no dia seguinte tudo está normal. E entendo isso. É que a morte é algo tão natural que já não causa tanta dor. Esse é o destino de toda a humanidade. Todos morreremos um dia, a maneira não se sabe, mas isso é fato.
O que me admira é que nessa vida passamos por tantas coisas, gritamos tantas vezes, sofremos outras diversas e mesmo assim muitos dizemos preferir a vida a morte. Por que? A morte é uma coisa linda. Se pensarmos bem, é ela quem faz ter sentido a vida! Já imaginou viver eternamente nessa terra? Não acabar nunca? Viver sem nenhum propósito, sem nenhuma finalidade? Nossa, seria algo horrível! Tudo o que vivemos, fazemos pensando no fim. Repare bem isto,  a vida seria uma coisa tão vazia se durasse para sempre. Porque vivemos com medo da morte, medo do que nos aguarda depois da vida e é isso que nos faz agir com mais cautela. Não é verdade? Pense. Sei que se parar pra meditar, concordará comigo. A vida está em função da morte.
Quero deixar bem claro que isso não é uma apologia à morte, e sim, um chamamento à reflexão para os fatos. Nos preocupamos tanto com a vida e sequer pensamos na morte, ao contrário, esta é temida incondicionalmente! Alguns até imaginam a morte como uma velha caveira feia com uma foice na mão. Confesso que acho isso tudo muito engraçado. Imagine, chegada a sua hora, a Senhora Morte virá te buscar e te levará para outro plano apenas com uma “foiçada” em sua cabeça. Mas isso gera uma certa confusão, porque considere que várias pessoas morrem ao mesmo tempo nos diversos cantos do mundo. Teriam de existir várias Senhoras Morte. Está vendo, até a morte tem seu lado humorístico. Não é a toa que Mauricio de Souza tem um personagem assim. É uma espécie de humor negro (e por que negro? Não entendo bem essas classificações.).
Eu acredito que a morte não seja esse bicho de sete cabeças que pintam por aí. Eu me vejo até meio simbolista nessas horas. Vejo a morte não exatamente como um fim da vida, e sim, uma grande conquista. Isso mesmo, uma vitória, a hora de recebermos nossos méritos por tudo o que praticamos em vida (que ironia!).
E viva a morte! Já que vivemos uma antítese todos os dias, por que não desejar vida à morte? Porque se, um dia, ela acabar, vão junto com ela todas as expectativas do mundo.
Nãna Boehm
Enviado por Nãna Boehm em 29/09/2009
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